Perdi o hábito de escrever longamente; de ler vários livros ao mesmo tempo; de roer unhas; de sair de segunda a domingo; de desenhar nas paredes; de ouvir música nas alturas; de dormir de maquiagem; de enrolar pra acordar; de tomar banho ouvindo música; de dormir 12 horas seguidas; de dormir fora; de acreditar em tudo que eu escuto; de ver televisão; de revirar fotografias antigas; de ficar acordada até de manhã; de ver putaria na internet; de dançar até de manhã; de trocar telefones; de ir ao cinema; de procurar amigos antigos na internet; de fazer festa em casa; de mudar os móveis de lugar; de ser correspondida nos meus sentimentos; de chorar no chuveiro; de demorar no banho; de pintar minhas unhas de preto; de cortar o cabelo curto; de usar meus coturnos; de discutir com minha irmã; de ter um diário escrito à mão e papel; de tirar fotos ousadas de mim mesma e esconder; de ler poesia; de escrever poesia; de fantasiar minha vida; de fazer promessas; de me estender num assunto desagradável; de julgar o que desconheço; de nadar em piscina; de tomar sol ao meio-dia; de comer no macdonald's; de não saber dizer não; de colecionar revistas; de usar o icq; de teimar; de...
Eu só sei que eu mudei. Não tenho lembrança de muita coisa. Só a memória seletiva de quem viveu três décadas e sonhou com algumas coisas que nunca aconteceram. Acreditar no impossível deixou de ser impossível. Sentir é o mais importante. Para saber parar é preciso reconhecer o momento certo. Para conseguir seguir em frente é preciso ter fé.
Eu gosto de tudo que vivi. Mas meu coração nunca mais vai ser o mesmo, minhas lembranças já não são tão doces, minha vida já não é tão distante assim. Eu aprendi a perder alguns hábitos e adquirir outros novos que ainda não me dei conta do que são. Penso que talvez no futuro eu os reconheça como antigos. Agora sou o que é o presente e só.
"Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais; somos também, o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que trocamos, os enganos q cometemos,os impulsos a que cedemos, "sem querer". Sigmund Freud " - contribuição da Julia Leal ao ler este post. Amiga, sábia e filósofa.
Um comentário:
este texto foi um presente neste momento da minha vida. brigada.
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