Eu posso enganar. Acho que as maiores surpresas que já vi foram quando eu tomei decisões na minha vida que, aparentemente, pra quem convive comigo, nunca pensaria que eu pudesse tomar. Sinceramente, não tenho consciência disso, até que acontece. É recorrente.
Vou dar um exemplo básico.
A pessoa tá lá me achando super gente boa e tal. Coisa que modestamente eu até acho que eu seja. Mas ela ou ele fala alguma coisa que não desce bem. Na hora eu não falo nada. Mas eu guardo. Eu penso, vejo que se realmente eu volto pra casa pensando naquilo, o treco me incomodou...e uma hora qualquer eu vou dar uma cutucada. Num chopp qualquer, em alguma situação de preferência descontraída. Aí vou lá e desconserto a pessoa. Chato bagarai. Não me orgulho.
Então queridos, eu andei pensando muito e tem muita coisa me incomodando.
Só não tomei nenhuma medida drástica assim do nada porque eu acho que é desnecessário.
Eu devo ser mimada, infantil, minha idade mental não deve ultrapassar os 15 anos. Mas quando as coisas não estão tão bacanas quanto eu gostaria, a tendência é mandar tudo pro espaço.
Pena que a nave não passou ainda, porque aí quem iria pro espaço seria eu. Primeira da fila pra entrar.
Quero descer, acho muito legal tudo aqui, mas cansa.
Eu ando pensando tanto que minha fisionomia tá ficando diferente. Aí vou lá no ouvido dos meus amigos e falo sem parar. Aí vou lá na minha analista e repito tudo de novo. Aì eu chego em casa e ouço música, sem parar, escrevo, leio, durmo, acordo.
E volto a ficar entre a impulsividade e o ponderar.
Ponderar cansa.
Mas é mais sábio. É mais zen. É o que eu não faria. Então resolvi tentar.
Vou surpreender não mandando tudo pro caralho. Vamos ver como reagem a isso.
Preciso escrever mais. Botar menos músicas. Mas elas falam melhor que eu. Coloco o que eu to ouvindo na hora que eu to ouvindo, na maioria das vezes. E elas falam melhor do que eu estou sentindo do que eu mesma.
Eu ando triste. Ponderando e me entristecendo. Nesse ritmo só um milagre.
Eu ainda acredito no que eu não enxergo. Mas eu só aprendo vendo com meus olhos.
Minha cara tá vermelha de tanto dar pros outros baterem. Já levei muito desaforo pra casa. Já engoli muita merda dita da boca pra fora. Mas isso vai me machucando, formando feridas em cima das outras que mal cicatrizaram. E aí acham que tá tudo bem aqui comigo.
Por dentro eu vivo chorando.
Mas eu sorrio porque acredito nessa vida. Acredito que eu cresço com tudo que me acontece. Acredito que eu tenho que estar viva pra ver os milagres acontecendo. Eu ainda não vi nenhum, mas sigo olhando, vai que dá uma sorte...
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