2.12.09

Vinho, vermelhos, morangos, amoras

A minha vida é uma coisa assim, digamos, muito excêntrica. Pra não dizer nada negativo, deixemos por isso mesmo.
Tem horas que eu rio dela. Não tem outro jeito.
Hoje comecei um curso de ferramentas pra eu ingressar na minha um dia, promissora carreira de estilista, inventora de moda, desenhadora de tecidos, aviamentos, padronagens e afins. Cômico, eu diria. Claro que comigo não poderia ser diferente. Cheguei em casa pra estudar as apostilas, instalar programas e afins e me deparei com um vírus no cd da professora. Mas não é ela, sou eu. Dedo podre, talvez. Um cavalo de tróia bonitinho passeando pelo meu cd de estudos tão promissores.
Mas nem vou me botar pra baixo não.
Um gole de um vinho que ontem meu pai trouxe pra casa depois de jantarmos eu, ele, minha mãe pra comemorar os 36 anos deles de casados, me ajuda a pensar. Atualmente pouca coisa me ajuda a pensar. Álcool continua nas minhas top ten pra esse fim.
O resto vem né? O final do ano taí. A árvore da Lagoa já deve ser inaugurada essa semana, com ela o engarrafamento Lagoa-Barra de sempre. Natal de sempre, ano novo chegando de novo.
Eu tenho minhas felicidades acumuladas desse ano. Tantos amigos que eu amo, que me amam de volta, me rodeando. Estou amando de novo, mas deixemos os detalhes pra mais tarde.
Não vejo nada ali no final do arco-íris, mas dizem que se eu for ao oftalmologista, talvez ele dê jeito nesse problema de visão. Tem anos que não vou num, aliás.
Então vem 2010, chegae.
Não to dando pulinhos alegres e saltitantes pra você chegar, ano vindouro, mas to bem aliviada, pra falar a verdade. Tem suas novas perspectivas, e todo aquele blablabla de renovação.
Eu venho tentando. Tento não faltar mais a minha terapia por exemplo. Resolvi pegar pesado comigo, e cutucar o que andava evitando. Dói. Machuca a alma.
Descobri que não choro dicumforça tem tempo. Não consigo, não sai. Admiro tanto a capacidade de chorar alheia, fico com inveja mesmo. Queria chorar de soluçar e perder o ar, e ficar dando aqueles soluços. Mas não sai.
Outro dia me fechei no meu quarto, fiz todo um clima, mas não saiu uma lágrima.
Comentei com a analista que o nó na garganta existe, portanto, tenho potencial pra chorar. Mas isso aqui tá mais seco que o Saara no alto verão.
Então pacientemente espero. Espero chorar, espero sentir as coisas todas de novo, espero ter minha esperança de vida renovada.
Vou fazer o exame de vista no começo do ano pra tentar enxergar melhor o que me espera ali adiante.

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