4.7.09

Do avesso

Dói tudo. A ressaca do meu corpo é relativa à da minha alma. Dói por dentro e por fora. Sei que tem horas que eu fico assim. Meu jeito escorpiano de ser. Mas eu me atraio de vez em quando pela caverna escura das minhas feridas...Vou ali dentro, me reviro do avesso, saio mais fortalecida. Mas é inevitável, quando me dou conta, já entrei. Sem lanterna, sem capacete. Eu me jogo com força. E aí machuca né? Quanto mais velocidade eu coloco nas coisas (leia-se meus pensamentos), mais arriscada é a porrada no muro e os hematomas a seguir.
Eu acho que exercito todas as coisas ao mesmo tempo dentro de mim. Estou aprendendo a me ter por perto, sem querer fugir de mim. Muitas vezes é assustador. Momentos assim, são quase inexplicáveis. Ninguém vai entender se eu mesma não consigo.
E essa intuição torturante? O que eu faço com ela é as vezes ignorar.
Não sei bem se é meu Júpiter retrógado que me atrai pra esse tipo de pensamento sofrido, mas há algo estranho em meu reino.
Alguém por favor, me dá uma poção mágica e faz isso desaparecer?
O fato é: eu passo por coisas todo santo dia que me testam. Mas eu juro, tento ver com leveza a maioria delas. O problema é que eu não sou tão simples assim, então no labirinto que é esse meu espírito, as coisas simples se perdem no meio do caminho, sem lenço e documento e fica difícil traze-las de volta.
Pienso que talvez mañana yo estaré muy lejos, muy lejos de ti.
Perdoem meu español.
Hay que endurecer sin perder la ternura.
Boa noite.

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